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Resumo de reações de hipersensibilidade – tipos e classificações

Reações de hipersensibilidade

O propósito deste artigo é apresentar um resumo de reações de hipersensibilidade para que você possa entender mais sobre o assunto.

A reação de hipersensibilidade é um processo de dano tissular secundário a uma ação inflamatória, isto é, conjunto de distúrbios causado pela resposta imune excessiva do organismo a um fator externo ou interno. Logo, o profissional de saúde deve ter em mente um resumo de todas elas.

Para começar, é importante saber que estas reações são divididas conforme os mecanismos envolvidos, podendo ser de quatro tipos.

A classificação também leva em consideração o tempo para cada reação. Devemos ressaltar que, em determinados casos, o paciente pode apresentar reações de mais de um tipo, o que demanda maior atenção do profissional.

Em suma, se o indivíduo é exposto a determinado antígeno e, a partir daí, desenvolve uma resposta imune, é considerado sensibilizado. Se a resposta do organismo for excessiva e, então, esta reação for patológica, afirmamos que houve uma reação de hipersensibilidade.

Este é um conteúdo especial criado pela redação do Centro de Desenvolvimento em Medicina (CDM). Boa leitura!

Veja ainda: Qual é a importância da microbiota humana?

Veja abaixo um resumo de reações de hipersensibilidade

Essas reações são enumeradas conforme a Classificação de Gell, que as descreve de acordo com as patologias apresentadas por cada uma. Confira mais detalhes abaixo!

Hipersensibilidade do Tipo I

Este tipo de reações de hipersensibilidade é conhecido como imediata ou anafilática.

Ela pode envolver a pele, olhos, nasofaringe, tecidos broncopulmonares, trato gastrointestinal e tem como principais componentes celulares as células TH2, anticorpos IgE, mastócitos e eosinófilos em resposta a certos antígenos.

As reações de hipersensibilidade do Tipo I podem causar sintomas variados, desde pequenos e simples até situações graves que podem provocar o óbito.

A duração da reação leva de 15 até 30 minutos para o período de exposição ao antígeno, mas há casos em que o início da ação é mais demorado. Nestas situações, as reações se apresentam de 10 a 12 horas.

São exemplos de hipersensibilidade do tipo I a rinite alérgica, anafilaxia, alergias alimentares (como camarão) e constrição brônquica.

Hipersensibilidade do Tipo II

Dando sequência ao nosso resumo de reações de hipersensibilidade, vamos agora aprofundar as explicações sobre aquelas que são classificadas como Tipo II.

Essas reações, conhecidas como hipersensibilidade citotóxica, podem afetar grandemente muitos órgãos e tecidos. São mediadas pelos anticorpos, principalmente IgM e IgG, contra os antígenos da matriz extracelular ou da superfície celular.

Normalmente, os antígenos são endógenos, ainda que agentes químicos exógenos também a provoquem. Por exemplo, trombocitopenia, granulocitopenia e anemia hemolítica induzida por meio de drogas. A duração da reação varia entre minutos até horas.

A lesão por reações do tipo II contém neutrófilos, complemento e anticorpos. Para tratá-la, o profissional pode administrar anti-inflamatórios e imunossupressores.

Hipersensibilidade do Tipo III

As reações do Tipo III são conhecidas como complexas. Elas podem acontecer de maneira geral, por exemplo, como a doença do soro, ou envolver órgãos individuais, incluindo pele, rins, pulmões, vasos sanguíneos e juntas.

Estas reações são mediadas por imunocomplexos solúveis, na maioria de classe IgG (mesmo que IgM também possa aparecer), formados na circulação que, depois, podem ser depositados nos tecidos e, daí, formar lesões.

Podem ser o mecanismo patogênico de doenças causadas por muitos microrganismos.

São exemplos de reações de hipersensibilidade do tipo III o lúpus eritematoso sistêmico, reação de Arthus, poliartrite e artrite reumatóide. O diagnóstico é feito por meio de exame de biópsias do tecido para depósitos de Ig e também complementar por imunofluorescência. O tratamento, por sua vez, é feito com uso de anti-inflamatórios.

Hipersensibilidade do Tipo IV

Por fim, para concluir o resumo de reações de hipersensibilidade, chegamos no último tipo.

Também chamadas de tardias ou mediadas por células, as reações do Tipo IV são mediadas pelos linfócitos T e envolvem mecanismos efetores de células TCD4 e TCD8.

Assim, estas reações levam a inflamações ocasionadas pela ativação de macrófagos e citocinas.

Há dois estágios das reações de hipersensibilidade do Tipo IV, a saber:

  • Sensibilização: o antígeno é processado pelas células locais, por exemplo, as Langerhans que, a partir daí, reconhecem complexo peptídeo-MHC em APCs e, posteriormente, diferenciam-se nas TH1.
  • Produção: as TH1 também são ativadas pelas APCs e liberam citocinas que, por sua vez, recrutam e ativam células que desencadeiam processos inflamatórios. Daí, ocorre o acúmulo de plasma e dano tecidual local. A diferença é que este estágio não é tão rápido, levando de 48h a 72h.

O exemplo mais comum dessa hipersensibilidade trata-se da reação tuberculínica (Mantoux) que chega em seu pico no prazo de 48 horas depois da injeção do antígeno.

Um fato importante acerca das reações de hipersensibilidade do Tipo IV é elas estarem ligadas a várias doenças infecciosas e autoimunes, por exemplo, tuberculose, lepra, toxoplasmose e leishmaniose.

Os testes de diagnósticos envolvem a reação cutânea de forma tardia, resposta mitogênica, linfocitotoxicidade e produção de IL-2. Para o tratamento, recomenda-se o uso de corticosteróides e outros agentes imunossupressores.

É importante que o profissional tenha um entendimento, ainda que básico, sobre as reações de hipersensibilidade. Isso o auxiliará na prática diária, desde uma pequena reação a um curativo adesivo até a anafilática severa a drogas sistêmicas.

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