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O que é a classificação de Braunwald? Ela avalia casos de insuficiência cardíaca

O que é a classificação de Braunwald

A insuficiência cardíaca é, sem dúvidas, uma das condições médicas mais comuns em todo o mundo. Só para ilustrar, a estimativa é de que aproximadamente 26 milhões de pessoas a apresentem, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

A condição se manifesta em diferentes graus e, para determiná-los, o especialista precisa conhecer o que é a classificação de Braunwald. Em resumo, trata-se de um sistema utilizado para avaliar a gravidade da insuficiência cardíaca.

O método foi desenvolvido pelo cardiologista Eugene Braunwald, em 1989, para fins de classificação clínica e terapêutica. O sistema, como veremos adiante, baseia-se em quatro classes que, por sua vez, são relacionadas aos sintomas e capacidade de exercício físico do paciente.

Sendo assim, a classificação de Braunwald orienta quanto ao tratamento mais adequado para cada pessoa, bem como o monitoramento da doença. Este é um conteúdo especial criado pela redação do Centro de Desenvolvimento em Medicina (CDMED). Boa leitura!

Saiba o que é a classificação de Braunwald

Como já mencionado, a classificação de Braunwald consiste no sistema desenvolvido para auxiliar na abordagem clínica da angina estável ou insuficiência cardíaca. A ideia é organizar a condição em quatro categorias, conforme sua gravidade.

Isso é feito com base nos sintomas apresentados, bem como a limitação que a insuficiência cardíaca impõe durante atividades físicas comuns ou repouso. Sendo assim, são divididas entre as seguintes regras.

Classe I

Pacientes com insuficiência cardíaca leve, sem sintomas durante atividade física normal ou repouso. Normalmente, o problema se apresentou há menos de dois meses, com mais intensidade, aproximadamente, três vezes por dia. 

Classe II

É importante saber o que é a classificação de Braunwald para definir a classificação correta. Neste caso, o paciente apresenta insuficiência cardíaca leve a moderada, com sintomas leves durante atividade física moderada. Porém, quando avaliado o último mês, ele não teve problemas nas últimas 48 horas. Mas, há um ou mais episódios, ainda que em repouso, nos últimos 30 dias.

Classe III

Pacientes com insuficiência cardíaca moderada a grave, com sintomas durante atividade física leve, principalmente nas 48 horas que antecedem a análise.

Recebem esta classificação aqueles que apresentam um ou mais episódios neste período.

Classe IV

Para finalizar as explicações sobre o que é a classificação de Braunwald, está a Classe IV. Recebem esta atribuição os pacientes com insuficiência cardíaca grave, com sintomas mesmo em repouso.

Classificação segundo manifestações clínicas e intensidade do tratamento

Além dos sistemas de classificação apresentados acima, a metodologia criada por Braunwald separa os graus da insuficiência cardíaca conforme manifestações clínicas e pela intensidade do tratamento. No primeiro caso, elas se dividem em:

  • Classe A: instável secundária, com sintomas como febre, anemia, hipertensão, estenose aórtica e arritmias;
  • Classe B: instável primária;
  • Classe C: pós-infarto do miocárdio há mais de 24h e menos de duas semanas.

Já quanto a intensidade do tratamento, há a classe sem tratamento ou tratamento mínimo (1), terapia usual (2) e terapia máxima (3).

Procedimentos após a classificação de Braunwald

A classificação de Braunwald, como observado até aqui, é o sistema empregado para qualificar a gravidade de uma insuficiência cardíaca. Por isso, ela auxilia na avaliação do risco ao qual o paciente está exposto ante uma síndrome coronariana aguda (SCA).

Logo, além de compreender o que é a classificação de Braunwald e usá-la no dia a dia, é recomendável que o profissional tome as medidas necessárias no seu atendimento.

Avaliar a estabilidade hemodinâmica do paciente

Em primeiro lugar, é importante que o médico avalie a estabilidade hemodinâmica do paciente. Desta forma, ele pode determinar se o problema requer cuidados intensivos imediatos como monitorização contínua, suporte respiratório e hemodinâmico.

Iniciar o tratamento adequado

Feito isso, o próximo passo é iniciar o tratamento apropriado para o paciente. Neste sentido, pode ser necessário o uso de terapia antiplaquetária, anticoagulante e vasodilatadora.

Determinar a necessidade de intervenção coronariana

Conforme a gravidade da insuficiência cardíaca, cuja identificação se dá graças à classificação de Braunwald, há a possibilidade de intervenção coronariana. Por exemplo, a angioplastia coronariana percutânea (ACP) ou cirurgia de revascularização miocárdica (CRM). A decisão também deve se basear no perfil de risco do paciente.

Monitoramento constante

Sem dúvidas, qualquer paciente que apresenta insuficiência cardíaca deve ser monitorado de forma contínua. Tal necessidade se dá para avaliar a resposta ao tratamento e, sobretudo, a progressão da doença.

Fornecer aconselhamento e educação ao paciente

Por fim, diante dos resultados alcançados após o entendimento do que é a classificação de Braunwald e a sua aplicação, cabe ao profissional fornecer aconselhamento e orientações sobre a síndrome. Tais informações precisam abranger, entre outros pontos, o gerenciamento de fatores de risco e mudanças no estilo de vida para prevenir futuros eventos cardiovasculares.

Em suma, a classificação de Braunwald permite determinar o tratamento mais adequado para cada paciente e, sobretudo, monitorar a progressão da doença ao longo do tempo. É importante lembrar que a classificação deve guiar para um tratamento individualizado a cada paciente.

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