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Tratamentos para Síndrome Complexa de Dor Regional

Tratamentos para síndrome complexa de dor regional

Anteriormente conhecida como distrofia simpático-reflexa, a Síndrome Dolorosa Regional Complexa (SDRC) é uma condição que afeta de cinco a 26 pacientes a cada 100 mil pessoas. Trata-se de uma dor que ocorre no membro lesionado e a região fica muito sensível. Desta forma, a sensação dolorosa é muito mais forte!

Já chamada de atrofia de Sudeck, essa síndrome foi citada primeiro por Silas Weir Mitchell, a partir de registros em homens feridos por armas de fogo durante a Guerra Civil Americana. O diagnóstico é totalmente clínico e envolve mais de um teste para conclusão.

As opções de tratamentos para síndrome complexa de dor regional são multidisciplinares e envolvem desde medicamentos a terapia ocupacional. O objetivo é proporcionar qualidade de vida e amenizar os sintomas sentidos pelos pacientes.

Este é um conteúdo especial criado pela redação do Centro de Desenvolvimento em Medicina (CDM), uma nova marca de cursos e treinamentos para médicos. Seja bem-vindo ao nosso blog e boa leitura!

Entenda o que é a Síndrome Dolorosa Regional Complexa

A SDRC contempla a dor excessiva e prolongada na qual impulsos nervosos em altos níveis são enviados a uma área lesionada. Trata-se de uma condição debilitante que afeta os membros do paciente, caracterizada por dor intensa, além de comprometimento motor, autonômico e trófico.

Diversas denominações foram dadas à ela ao longo dos anos, como atrofia de Sudeck, causalgia, síndrome de ombro-mão e simpaticamente mantida.

Conforme já mencionado, calcula-se que atinja entre cinco e 26 pessoas a cada 100 mil por ano em todo o mundo. Mulheres entre 40 e 60 anos estariam entre as mais afetadas, especialmente no pós-menopausa.

Principais causas da Síndrome Dolorosa Regional Complexa

Ainda que a causa seja incerta, para entender melhor sobre os tratamentos para síndrome complexa de dor regional, saiba que ela é geralmente desencadeada de quatro a oito semanas após uma lesão, por exemplo:

  • Contusão;
  • Fraturas;
  • Lesão do nervo periférico;
  • Punção venosa;
  • Cirurgia.

Também configuram como possíveis causas da SCDR as doenças reumatológicas ou imobilização de um membro por longo período. A síndrome pode ainda ser idiopática. Em crianças, o principal fator desencadeante é o trauma relacionado ao estresse.

Quadro clínico da síndrome

A síndrome configura estado de dor crônica, especialmente nas extremidades, com piora progressiva.

Há, ainda, a alodinia, uma dor de forma desproporcional ao estímulo, além de hiperalgesia, na qual o paciente reage ao estímulo doloroso.

Os sintomas da Síndrome Complexa de Dor Regional e intensidade variam conforme o estágio da doença. Por isso, costuma-se dividir os sinais em três fases:

  1. Inflamatória: dor, alteração vasomotora, edema e sudorese;
  2. Distrófica: sintomas piorados, comprometimento motor e trófico do membro;
  3. Tardia: atrofia, maior incapacidade motora, embora com menor manifestação sensitiva.

É importante frisar que a manifestação sintomática restrita a um só membro não é regra geral. Outro sintoma que pode ser observado é a osteopenia, com ou sem esclerose.

Classificação e diagnóstico

Antes de falarmos dos tratamentos para Síndrome Complexa de Dor Regional, ainda é importante mencionar sua classificação e como é feito o diagnóstico da doença, pois disso dependerá a decisão de tratá-la da melhor forma.

A Síndrome Dolorosa Regional Complexa é classificada em dois tipos e um subtipo:

  • SDRC I: sem danos nos nervos, com ausência de lesão e dor de origem nociceptiva. Há um estímulo doloroso inicial que pode ser de fratura, cirurgia ou imobilização prolongada;
  • SDRC II: definição de lesão nervosa por evidência eletrodiagnóstica, quando há danos no nervo periférico e a dor é neuropática;
  • Não especificado: critérios diagnósticos parcialmente preenchidos, mas não há outra condição provável.

Não há um teste único para fechar o diagnóstico para SDRC, embora exames de imagem sejam empregados para descartar a possibilidade. Para identificar a síndrome, devem ser utilizados os critérios de Budapeste e um score de intensidade foi elaborado para classificar a gravidade do quadro.

Os critérios para avaliação do paciente são:

  1. Dor contínua e desproporcional ao evento que iniciou a crise;
  2. Pelo menos um sintoma entre 3 categorias, do total de 4 existentes, conforme queixa do paciente:

Sensorial: hiperestesia ou alodinia;

Vasomotor: temperatura assimétrica, assimetria de cor de pele;

Sudomotor: edema e sudorese assimétricos;

Motor/trófico: fraqueza, mobilidade reduzida, distonia, alteração de pelos e unhas;

  1. Pelo menos um sintoma entre 2 categorias, dentre as 4 que podem surgir no exame físico:

Sensorial: hiperalgesia ou alodinia ao toque, ou pressão, ou estímulo térmico, ou manipulação de articulação;

Vasomotor: alteração de temperatura ou coloração da pele;

Sudomotor: alteração de sudorese ou constatação de edema;

Motor/trófico: mobilidade reduzida, fraqueza, tremor, distonia, alterações tróficas da pele, unha e pelos;

  1. Ausência de outro diagnóstico que contemple o quadro clínico.

O diagnóstico exclui doenças reumáticas, lesões neurovasculares, artropatias infecciosas e síndromes compartimentais.

Ainda que se baseie nos critérios de Budapeste, exames adicionais como termografia, cintilografia óssea trifásica, eletroneuromiografia, ressonância magnética e ultrassom são úteis para descartar outras hipóteses.

Tratamentos para Síndrome Complexa de Dor Regional

O tratamento da SCDR é multidisciplinar e envolve medicamentos, fisioterapia, psicoterapia e terapia ocupacional.

Isso se dá nos pilares da fisioterapia e terapia ocupacional, psicoterapia e manejo da dor. Abaixo estão alguns dos procedimentos mais indicados.

Manejo da dor

  • Corticosteróides: indicado na fase aguda da síndrome devido às propriedades anti-inflamatórias;
  • Baclofeno intratecal: reduz a transmissão neuronal da dor com efeito nas fibras nociceptivas aferentes;
  • Antidepressivos: usados no tratamento da dor crônica que tenha origem neuropática, no tipo 2, em pacientes depressivos;
  • Anticonvulsivantes: usadas no tipo 2 da síndrome, a pregabalina e gabapentina tratam a dor neuropática.

Alguns fármacos como: quetamina, bifosfonatos e vitamina C, seguem sob estudos por efeitos variados, seja analgésico ou formação de radicais livres.

Terapia ocupacional e fisioterapia

Entre os tratamentos para Síndrome Complexa de Dor Regional, considera-se esse o de primeira linha, pois estimula o paciente a prover condições de utilizar o membro afetado nas atividades diárias.

Ademais, promove a reabilitação do local que foi afetado, o que previne e até reverte alterações secundárias, tanto da medula espinhal quanto cerebrais, associadas ao desuso do membro e à dor crônica.

Entre os métodos empregados de terapia e fisioterapia estão:

  • Condicionamento aeróbico;
  • Exercícios isométricos;
  • Alongamento;
  • Controle de edema;
  • Técnicas de dessensibilização;
  • Banhos de contraste;
  • Terapia de espelho.

Psicoterapia

A dor crônica desencadeia episódios de depressão e ansiedade como problemas psicológicos secundários. São questões que aumentam essa percepção e precisam ser tratadas porque reduzem a função cerebral.

O fator psicológico também é primordial no sucesso da reabilitação. Os tratamentos mais utilizados são a terapia cognitiva comportamental e educação sobre a doença.

Os tratamentos para Síndrome Complexa de Dor Regional seguem como temas passíveis de descobertas científicas, o que permite ao paciente mais alternativas a fim de garantir maior qualidade de vida.

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